quarta-feira, 18 de maio de 2011

Qual o caminho a tomar?

O sistema económico atual está a falir. Só quem esteve na estação espacial internacional nos últimos anos é que não se apercebeu disso. Os americanos aos anos que se vangloriam que o comunismo morreu... Mas será que morreu? Ou pelo contrário será o capitalismo liberal que os americanos defendem que está a morrer?
Só alguem muito desinformado ou parcial poderia chamar comunismo ao regime que se viveu na Rússia. E se o comunismo em Cuba não dá melhores condições de vida aos seus cidadãos é porque os americanos quase que criminalmente impuseram um embargo e bloqueio económico que faz com que os cubanos não possam fazer qualquer tipo de trocas comerciais com um dos maiores mercados do mundo. Mas mesmo assim são dos países mais avançados do mundo em certas áreas como a saúde ou a educação.

O caminho que nos aguarda esconde a venda  de todas as empresas que o estado tem? Um estado meramente regulador, não interveniente na vida económica pagando a privados para que façam os serviços que o estado faz atualmente e cobrando impostos para gerir e atualizar o que já existe?
Ou aguarda-nos um caminho onde o estado tem um papel forte na economia, onde o estado possui empresas de setores chave e os lucros gerados são encaminhados para cobrir despesas noutras áreas que o estado deve ter? Onde o estado é interveniente económico e dinamizador da economia nacional, apoiando aqueles privados que realmente criem e mantenham empregos e gerem bem estar para as populações sem olhar a quaquer tipo de interesses de grupos económicos?

Se existe um salário mínimo porque não existe um salário máximo? É moralmente inconcebível que uma familia de 4 pessoas sobreviva com 450€ pois só uma pessoa do casal trabalha e os filhos estudam e um gestor de uma empresa qualquer seja estatal ou não ganhar 5.000€. 10,000€ ou 20.000€ por mês ou mais, para não falar dos salários de certos desportistas e atores... O salário máximo deveria ser uma percentagem qualquer do salário minimo e a partir desse valor máximo 50% do remanescente seria para quem ganhou esse dinheiro e 50% para um fundo destinado às pessoas mais pobres. Aí sim os salários milionários dos futebolistas e outros desportistas teriam também um caráter social e comunitário e contribuiriam realmente para o bem estar da população e deixariam de ter o caráter escandaloso e anti-justiça social que hoje em dia têm.
Enquanto houver pessoas a passar fome não pode haver pessoas a esbanjar 500€ num jantar ou numa simples garrafa de vinho. Enquanto houver pessoas a viver em barracas sem eletricidade, sem esgotos nem água potável não pode haver pessoas a gastar 5.000.000€ numa casa. Enquanto houver crianças a levantar-se às 5 da manhã para ir para a escola e chegar a casa às 8 da noite não pode haver pessoas a gastar 500.000€ num carro.
O dinheiro devia estar realmente bem distribuido e não está. E já vai sendo hora de o distribuir melhor. Atualmente a riqueza mundial concentra-se em 2% da população. O mundo é dominado por quem tem muito dinheiro e os estados em vez de tentarem que a riqueza seja distribuida por um maior número de pessoas faz precisamente o contrário. Dá todas as benesses e facilidades a quem tem muito dinheiro e dificulta a vida e chega a perseguir mesmo aqueles que pouco ou nada têm.
Não se pode premiar a preguiça nem a mediania, nem é concebível todas as profissões ganharem o mesmo. Não é isso! Agora... É justo que quem mais ganha contribua mais de maneira a que o estado possa oferecer uma melhor vida aquelas pessoas que menos têm. Porque também são as pessoas mais ricas que mais usufruem das comodidades que o estado oferece, das estradas, gastam mais água, eletricidade e combustivel o que por sua vez faz também com que produzam mais CO2 e estraguem mais o ambiente que aquelas pessoas que pouco ou nada têm.
E o que se vê hoje em dia não é isso. O estado tira indiscriminadamente a quem tem muito, pouco ou nenhum. Todos são chamados a fazer sacrificios e isso não é justo. Quem nada ou pouco tem não pode ser chamado a fazer sacrificios. Os sacrificios são feitos por aqueles que os podem fazer. E o que se tem visto é que o sistema atual favorece quem tem dinheiro e marginaliza quem não tem. Pior! Ainda dizem que a culpa é da gente pobre porque não querem fazer nenhum! Gostava de ver um gestor que ganhe 2.500€ por mês (não digo mais) viver com 450€ por mês do salário mínimo durante um ano ou os 180€ do rendimento social de inserção. Gostava de ver a quantidade de dinheiro que esses gestores brilhantes conseguiriam poupar ao fim desse ano e se se sentiriam felizes e motivados para trabalhar...

Depois vêm falar que o rendimento mínimo premeia a preguiça, que faz com que as pessoas não queiram trabalhar porque já têm dinheiro para gastar. Mas esquecem-se que essas pessoas gastam o dinheiro nalgum lado, pelo que estão a dar esse dinheiro a ganhar a alguém. E para além disso, o que desincentiva as pessoas de trabalhar não é o rendimento mínimo, mas sim salários de miséria e patrões oportunistas que querem construir fortunas sugando o trabalho, tempo e saúde dessas pessoas não lhes proporcionando um mínimo de regalias. Enquanto as pessoas continuarem a só olhar para elas e não se convencerem que o bem estar do seu vizinho do lado é também o seu bem estar esta sociedade em que vivemos caminha para o lado errado...

1 comentário:

  1. Bem escrito e bem pensado! a proposta do salário máximo embora boa , sabemos que é utópica pelo menos na sociedade de hoje em dia. Quanto à redistribuição da riqueza também acredito que devia ser feita de forma mais equitativa. E tens toda a razão quando dizes que o sistema Cubano está por provar a sua real capacidade, seja ela boa ou má, pelo maldito embargo, estou mais do que de acordo, eu sei...eu vivi lá!
    Bem pensado ..bem pensado é fazer como estão a fazer os espanhois....democracia real!
    N.S.

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